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Lista: Os Melhores Filmes Sci-Fi da Década (1990)

Já faz um tempo desde a última lista, então vamos direto ao ponto porque a década de 1990 foi uma loucura. Tivemos uma saturação de narrativas envolvendo computadores e distopias, mas alguns acabaram se destacando. Aqui vou listar vários filmes da década, mas apenas os em negrito são as minhas indicações genuínas para melhor representar o momento. Vamos lá!

 Vou começar tirando logo a escolha mais óbvia do caminho: Matrix. Lançado no fim da década, esse foi o filme que melhor capturou alguns de seus elementos mais marcantes, como roupas de couro, óculos escuros e hackers, muitos hackers!!!. Tudo bem, o filme pode não ter envelhecido bem nesse departamento, mas até hoje conquista com um ótimo roteiro (pelo menos o primeiro filme) e alguns conceitos visuais inteligentes tão impressionantes que toda a industria decidiu copiar ou parodiar, como o bullet effect, a câmera lenta no meio da ação que estava em TODO LUGAR depois desse filme, até em Shrek e Kung Pow

Mas por mais que Matrix tenha sido um sucesso estrondoso na época, eu vou escolher um outro filme, bem menor em escala e orçamento, que também aborda os mesmos temas existenciais sobre escolha e destino. Dark City: Cidade das Sombras é a história de um homem sem memória, tentando descobrir o que aconteceu com sua esposa e como fugir de uma terra sem sol. 

O longa foi lançado apenas um ano antes mas possuía várias similaridades com o Matrix, desde o visual sujo e escuro até o conceito envolvendo um mundo controlado por “máquinas”, mas com uma vestimenta menos exagerada por parte do protagonista. Ainda que tenham paralelos, Cidade das Sombras se destaca por uma edição que estranhamente casa perfeitamente com a atmosfera do filme, com vários cortes por minuto, mas surpreendentemente consistentes. Além disso e do ótimo elenco, temos a música e o design de produção, com sons e uma arquitetura incrível que ajudaram ainda mais no tom noir do longa.

Dark City: Cidade das Sombras — 1998

A década de 1990 foi ótima também para o ator Arnold Schwazenegger, que não só esteve em vários filmes de ação com ótima bilheteria. Ele esteve em dois grandes títulos que marcaram os fãs de ficção científica, o primeiro deles foi O Vingador do Futuro, em 1990, que adaptava o conto literário “Lembramos para você a preço de atacado”, do autor Philip K Dick. O filme, como esperado, fez sucesso e mesmo que não seja uma representação muito fiel do material original, agradou o público com uma trama e representação intrigantes do futuro pelo diretor Paul Verhoeven. 

Além desse longa, Schwazenegger retornou para a continuação de sua franquia mais famosa, estrelando O Exterminador do Futuro 2: O Julgamento Final (1991). Agora comandado por James Cameron, que fez um trabalho impressionante com os efeitos especiais, principalmente no antagonista da trama, o androide T-1000, interpretado por Robert Patrick. O filme segue a mesma premissa do anterior, mas se destaca pela forma como desenvolve a relação entre o Exterminador e o pequeno John Connor. Tirando toda a ação e os efeitos que até hoje se sustentam, o filme tem a Sarah – fodona – Connor, uma personagem memorável interpretada por Linda Hamilton. 

O Exterminador do Futuro 2: O Julgamento Final — 1991

E por falar em Paul Verhoeven, eu sempre arranjo uma maneira de mencionar Tropas Estelares (1997), só que desta vez ele realmente merece estar aqui. Entendo como pode ser uma obra polarizante com uma abordagem política problemática, mas eu acho que a falta de sutileza funciona muito bem com a proposta mais satírica de Verhoeven, que vai na contramão de tudo que a obra original de Robert A. Heinlein representava. É uma pegada bem mais bizarra e estúpida, mas com seus momentos de humor negro que acabam acertando a ferida direitinho. 

Aproveitando o tom mais cômico, a década de 1990 teve algumas obras que acabaram se transformando em comédias, mesmo sem a intenção — Ou essa era a intenção o tempo todo e fizeram um péssimo trabalho, como na péssima adaptação de O Juíz (1995), baseada nos quadrinhos do Juíz Dredd; ou o hilário de tão ruim O Demolidor(1993), com um futuro distópico tão mal elaborado que chega a dar pena. Esses dois últimos foram estrelados por Sylvester Stallone, que aparentemente não teve a mesma sorte de Schwazenegger no sci-fi.

 Outro filme mal recebido foiMarte Ataca! (1996), a sátira política e social de Tim Burton que era bizarra demais até para ele, seja na trama boba e desconexa ou no elenco, que era cheio de atores renomados, como Jack Nicholson e Gleen Close, que se meteram em cenas nem um pouco merecedoras de seu currículo. 

Deixando de lado os desastres, vamos para os que funcionaram. O primeiro deles é MIB: Homens de Preto (1991), o sucesso estrelado por um Will Smith no auge da carreia. Eu nem vou me prolongar falando desse porque é provavelmente um dos mais queridos dessa lista e um dos mais mencionados de qualquer uma envolvendo a década de 1990. Então, para trazer algo diferente, venho indicar Galaxy Quest, que ficou conhecido no Brasil como Heróis Fora de Órbita (1999). 

É uma pena uma comédia tão bem construída como essa ser tão esquecida pelo público, mas o motivo talvez seja na quantidade de referências que você precisa entender para realmente apreciar a obra. Esse é um filme que brinca com os bastidores de um grupo de atores de uma série de ficção científica que até hoje enche os corredores das convenções de fãs, mas não se dá nem um pouco bem. É uma piada com todos os desentendimentos que costumam acontecer nos bastidores de séries, e no filme o elenco é claramente uma paródia dos atores e atrizes da franquia Star Trek. E eu falei tanto em elenco que esqueci de mencionar que esse longa tem um que eu amo, com Sigourney Weaver, Alan Rickman e Sam Rockwell. Por eles vale a pena aturar a cara do Tim Allen, uma pessoa que ainda levanta um mistério para mim: como alguém contrata um ator tão ruim? (desculpem por essa, mas ninguém é fã dele mesmo, então não sei nem para quem estou me desculpando). 

Heróis Fora de Órbita — 1999

Seguindo em frente, temos as já esperadas adaptações cinematográficas de séries de TV, como o último filme incluindo a equipe clássica da Enterprise, Jornada nas Estrelas VI: A Terra Desconhecida (1991), que considero uma das melhores aventuras da tripulação em um longa. Mas também temos o contrário, quando um filme se transforma em uma série. Esse é o caso de Stargate, a Chave Para o Futuro (1994), que se transformou em uma obra cultuada por tantos fãs ao ponto de render uma série para a TV, e em seguida, alguns spin-offs

O filme foi dirigido por Roland Emmerich, que ficaria mais famoso dois anos depois com seu Independence Day (1996). Depois desse ele assumiu de vez a identidade de diretor de longas sobre catástrofe, seguindo com o péssimo Godzilla (1998) e o tedioso O Dia Depois de Amanhã (2004). Ou seja, por mais que Stargate tenha nascido, o cinema poderia ter se saído bem sem Emmerich. Mais uma vez, desculpem-me os fãs dele. 

Espera aí! É uma lista dos melhores. Vamos voltar ao caminho certo com Gattaca (1997), o thriller sci-fi estrelado por Ethan Hawke, que também não recebe a atenção que merece. É um filme com um ótimo elenco e um dos enredos mais bem construídos dessa lista, então merece estar aqui. Outro longa que é um pouco esquecido e merece ao menos uma menção honrosa é o competente O Enigma do Horizonte (1997), que pode não ser lá essas coisas mas ajuda em um dia tedioso. 

Voltando rapidamente para as distopias que amamos tanto, eu não iria esquecer Os Doze Macacos (1995). A obra dirigida por Terry Gilliam tem uma das premissas mais absurdas e ao mesmo tempo envolventes da década, e o filme ainda tem no elenco nomes como Bruce Willis e Brad Pitt, ambos entregando personagens e algumas de suas melhores performances. A produção se transformou em um clássico do gênero e rendeu uma série para a TV de mesmo nome, mas que infelizmente não trazia a essência e o tom que fizeram do original tão diferente. 

Os Doze Macacos — 1995

Não seria uma lista justa sobre os filmes mais impactantes e relevantes da década sem a presença de Jurassic Park: O Parque dos Dinossauros (1993). Um dos maiores feitos da carreira de Steven Spielberg, este é um filme gigantesco, e não só pelas criaturas que o habitam, mas pelo tremendo trabalho por trás das câmeras, no desenvolvimento da trama, no elenco carismático, nos efeitos visuais impressionantes e na música de John Williams que é uma das coisas mais belas que já tocou os ouvidos de qualquer ser humano. 

Um filme atemporal que poderia depender completamente de seus efeitos especiais, mas faz mais que isso e aborda a relação humana como seu elemento principal, deixando o fascínio apenas como uma parte do que faz deste filme provavelmente um dos melhores do cinema e facilmente o melhor da década de 1990. Nada é maior que Jurassic Park!

Jurassic Park

E aí, o que achou da lista? Que filmes ficaram faltando para você? Johnny Mnemonic? Armageddon? O 5º Elemento? Tank Girl? Rocketeer?ExistenZ? Star Wars Episódio 1: A Ameaça Fantasma? Eu sei que alguns ficaram de fora, mas não foi tão fácil assim escolher os meus favoritos, então coloque aí nos comentários o seu! Com exceção de Star Wars Episódio 1, esse não vale.

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