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Star Trek: Discovery | S02E01 “Brother”

Eu sou o tipo de fã que não se importa com novas adaptações de alguma produção, isso desde que ela seja boa, obviamente. Mas admito ter me preocupado com Star Trek: Discovery. E antes que me interpretem mal, eu não sou raso o suficiente para basear minha avaliação da série apenas no quanto ela respeita a representatividade, isso sem contar que a franquia foi construída em cima de princípios que não só apoiam como encorajam a diversidade, então se você é do tipo que acha que a série está ruim porque ela “lacra” ou algum desses argumentos sem sentido, acho melhor evitar a franquia inteira. Tirando isso do caminho, vamos falar de “Brother”.

Depois de uma primeira temporada inconsistente, havia uma preocupação para o que viria neste segundo ano, principalmente depois do season finale da temporada anterior introduzir a clássica NCC-1701, capitaneada no momento por Christopher Pike (Anson Mount). “Brother” traz uma premissa bem simples, onde Pike é designado para comandar provisoriamente a Discovery.

No meio disso, há algumas tramas paralelas promissoras — mesmo que preocupantes — envolvendo o luto de Stamets (Anthony Rapp) por seu companheiro, e a preocupação de Michael Burnham (Sonequa Martin-Green) com o possível reencontro com seu meio-irmão, Spock (Ethan Peck). Das duas opções, apenas a trama de Stamets possui algum peso dramático, com um personagem incapaz de seguir em frente, que vê a pessoa que ama em todos os cantos daquela nave. Sua relação com a cadete Tilly (Mary Wiseman) também é muito boa e gera o momento mais honesto do episódio, isso graças à carisma da atriz (mesmo que ela exagere um pouco do seu comportamento algumas vezes). Mas aí entra a parte de Burnham e Spock, que infelizmente deveria receber bastante atenção, mas acaba virando uma subtrama tediosa de assistir, com flashbacks que atrapalham um pouco o ritmo.

Anson Mount

Com isso entramos no maior problema do episódio e, se continuar assim, da temporada: referências gratuitas. Há uma necessidade de inserir coisas que não fazem falta, pelo menos por enquanto. Não precisamos de todo o mistério em volta de Spock, por exemplo. Conhecemos o personagem, então a única função que as menções ao seu nome tem são a de lembrar o público de uma das figuras mais icônicas da franquia. As aparições de Sarek (James Frain) são menos desconfortáveis, um crédito para a atuação de Frain. O mesmo ocorre com Saru (do excelente Doug Jones), que é facilmente o meu personagem favorito da série, também graças ao desempenho de Jones.

Não tenho muito mais o que dizer do episódio. “Brother” não entrega nem mesmo o que o título propõe (a trama envolvendo os “irmãos” é a menos importante aqui), mas a ação é competente, as atuações estão boas e os efeitos visuais são o maior diferencial da série. Não vou me aprofundar em território de erro cronológico porque a série já provou não se importar com linhas temporais, e nesse episódio temos mais exemplos disso, como um visor estilo Geordi La Forge de algum membro da tripulação (vai que é uma versão teste, mas ainda assim isso entra em conflito com algumas coisas que já sabemos sobre o personagem e sua necessidade pelo aprimoramento). “Brother” não é um começo muito promissor, mas felizmente parece que Pike não vai se intrometer tanto quanto imaginei, então vamos torcer, já que o que eu quero é que melhore, torcer contra é perda de tempo.

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