Alex Garland é um diretor que tenho seguido o trabalho há muito tempo, desde que ele escrevia roteiros para os filmes de Danny Boyle, com os ótimos Extermínio (2002) e Sunshine – Alerta Solar (2007). Depois, também foi responsável por uma das adaptações mais fiéis dos quadrinhos, quando fez o texto para Dredd: O Juíz do Apocalipse (2012), e fez sua estréia como diretor em 2014, com Ex_Machina, um filme de pequena escala e orçamento modesto, mas com grandes atuações e roteiro de Garland, um escritor que sabe explorar os elementos de ficção científica dentro da narrativa como poucos – sem contar que o longa tem a cena do Oscar Isaac dançando ao som de Oliver Cheatham, o que automaticamente faz com que qualquer filme seja um pouco melhor.
Por ter trabalhado quase sempre com ficção científica, seguindo Ex_Machina com Aniquilação (2018) e a série DEVS (2020), alguns já esperavam que seu próximo filme fosse outra obra do gênero; o que até faz parte, mas de fato está mais voltado para o suspense. Men: Faces do Medo (típico subtítulo desnecessário, vai entender) está mais voltado para o thriller psicológico, um estudo de personagem com temas sobre masculinidade tóxica e violência, mas principalmente é uma narrativa sobre relacionamentos abusivos.
Harper (Jessie Buckley) sai do centro de Londres para se isolar em um chalé e lidar com o trauma de ter perdido seu marido. Procurando superar o luto, enfrenta emoções conflitantes por conta das memórias de uma relação violenta e tóxica, ao mesmo tempo que sente certa responsabilidade e culpa pelos eventos. Ao caminhar no campo e explorar o ambiente, Harper percebe que está sendo observada, logo surgem figuras misteriosas e o mesmo rosto passa a persegui-la. Em uma trama tensa, Men é o típico thriller psicológico da produtora A24, o que dependendo da pessoa pode ser algo bom, entretanto nem sempre é o caso.
Queridinha do público interessado em um cinema mais “cult”, a A24 é uma boa produtora, com alguns dos meus filmes favoritos, como Sob a Pele (2014) e Bom Comportamento (2017), e onde Garland trabalhou antes, mas ela também tem seus tropeços; não podemos esquecer Tusk: A Transformação. E há uma certa síndrome A24 que nem todos querem admitir, mas não dá pra negar que mais de uma vez por ano temos algum filme com premissa intrigante, bom elenco e um diretor competente, geralmente em um thriller psicológico (não vamos debater pós-horror aqui, tá proibido), mas que escondem um enredo repetitivo ou sem muito desenvolvimento em diversas camadas de metáforas e alegorias.
Antes de tudo, deve-se levar em consideração que, obviamente, essa é uma opinião pessoal, como toda crítica é; e cada obra de arte atinge as pessoas de maneiras diferentes, essa é a graça, e por isso debatê-las é tão enriquecedor e causa emoções fortes. O segundo comentário que preciso evidenciar aqui é o fato de que narrativas com temáticas pertinentes como as de Men são sempre bem-vindas, entretanto elas são somente uma parte de um todo, e não fazem do filme algo melhor por conta exclusiva disso – apenas números de dança fazem isso.
De início, Men se utiliza de uma ambiguidade na trama para criar uma experiência sensorial bem construída, com a tensão e paranoia dos eventos que perturbam a protagonista, e nos faz questionar a realidade de Harper e daquele mundo. Contudo, logo vem meu maior problema com o filme, a forma como ele tenta objetivar vários aspectos da história, explicando pontos que seriam melhor deixados em dúvida, tanto que logo quando a proposta do longa fica clara, e isso acontece mais cedo do que você imagina, ele perde grande parte do seu apelo, que antes se apresentava com um tom e atmosfera sustentada por essa incerteza na trama.
Esse é o típico filme com um debate promissor e vários temas que podem render um estudo de personagem complexo e significativo, explorando violência doméstica, perpetuação da masculinidade tóxica, abuso psicológico e outros assuntos que em um roteiro melhor trabalhado seriam examinados com cuidado e seriedade. Infelizmente, Garland parece estar interessado em falar de tudo isso, mas não consegue se aprofundar em nenhum desses temas com propriedade por conta de sua responsabilidade maior com viradas na trama, principalmente todo o terceiro ato, que se debruça em horror corporal acreditando que sua crítica é suficiente para sustentar um enredo pouco desenvolvido, tanto que o filme tem ao seu dispor dois atores excelentes, Jessie Buckley e Rory Kinnear, mas nenhum arco dramático ou “evolução” parece existir nas personagens, tendo o talento dos atores como a única coisa que sustenta a maior parte da obra.
Men tem seu auge na ambientação, trabalho de som, direção de arte, atmosfera tensa com segmentos oníricos e atuações de Jessie Buckley e Rory Kinnear. Esses elementos fazem com que o longa tenha um começo forte, mas logo muito disso se perde por conta de um enredo sem foco, o que é uma pena vindo de alguém como Alex Garland. Ainda assim, continuo ansioso por qualquer um de seus próximos projetos.
“Ser incoerente significa ter fé no cinema, ter uma abordagem mais romântica, sem moldes, livre, perturbadora e onírica, uma narração épica. Incoerência que evidencia uma falta de cinismo, mas não de ironia, abraçando o gênero sem penetrá-lo”.
Sempre estou à procura de todo tipo de ficção científica possível, principalmente quando tem uma proposta tão criativa e experimental quanto a de After Blue, uma jornada de faroeste psicodélico com um enredo sem muito brilho, mas um ótimo chamariz visual e bastante charme. A premissa é bizarra, mas fácil de entender. Distante da Terra, provavelmente depois de sua destruição, temos um planeta alienígena distópico que serve de colônia apenas para os humanos “dotados de ovários” (quem não possuir um, morre logo após o parto). É nesse cenário que conhecemos a criminosa Katarzyna Buzowska (Agata Buzek), mais conhecida como Kate Bush (sem relação direta com a cantora), enterrada em um deserto rosa pela polícia espacial, até que um dia é libertada pela jovem e confusa Roxy (Paula Luna). Como punição, Roxy e sua mãe, Zora (Elina Löwensohn), recebem a ordem para caçar e exterminar Bush, para evitar que a criminosa cause ainda mais destruição no planeta After Blue.
O filme foi distribuído na mesma semana que a música Running Up That Hill estourou por conta da quarta temporada de Stranger Things, e talvez por conta disso ele tenha recebido certa atenção de algumas pessoas; sem contar que o diretor do longa, o francês Bertrand Mandico, não é um estreante. Seu primeiro longa, Os Garotos Selvagens, esteve no topo da lista de favoritos da revista Cahiers du Cinema em 2018. After Blue é mais um exemplo do seu cinema experimental, principalmente um apelo estético que se destaca pela forma como reproduz o visual de obras independentes (até trash) de ficção científica entre as décadas de 1970 e 80, com cenários claramente artificiais, atuações mais caricatas e efeitos de câmera com filtro carregado.
Essas são algumas das características propostas pelo Manifesto da Incoerência (Incoherence Manifesto), idealizado por Mandico, ao lado da diretora e produtora Katrín Ólafsdóttir. Quando você dá uma olhada nas regras, fica fácil lembrar do conhecido Dogma 95, estabelecido por Lars Von Trier e Thomas Vinterberg, mas a ideia de Mandico-Ólafsdóttirtraz alguns conceitos bem interessantes que os diferencia da dupla dinamarquesa, mesmo que algumas categorias realmente sejam um comentário em cima do Dogma 95. Há mudanças no roteiro, efeitos, geografia, direção de arte e até atuação.
Para o Manifesto da Incoerência deve-se ignorar qualquer convenção cinematográfica de roteiro, os efeitos precisam ser práticos, as gravações devem ser feitas em película que “passou da validade” (elas ainda funcionam normalmente, mas trazem um resultado diferente) e a maior parte do trabalho de som é feito apenas na pós-produção. Se por um lado o Dogma 95 propõe que as obras não devem se encaixar em qualquer gênero específico, o Manifesto da Incoerência dita que todo filme deve ser um híbrido entre, pelo menos, dois gêneros (After Blue mescla ficção científica, fantasia e faroeste). Quanto à autoria, Dogma afirma que o diretor não deve ser creditado, enquanto Incoerência determina que o diretor é o autor máximo, comandando câmera e direção de arte.
After Blue procura se manter fiel à proposta, pelo menos em sua maior parte, e acredito que o filme fique mais envolvente se o espectador for assisti-lo tendo antes em mente todo o conceito do manifesto de Mandico-Ólafsdóttir, o que cria uma conexão maior com a obra e faz de tudo uma experiência mais completa. Contudo, isso também atua contra o longa, que não parece oferecer algo além de uma ideia muito bem elaborada, mas de execução frágil. Enquanto o mundo de After Blue é rico em elementos visuais peculiares e nos transporte com facilidade à um planeta cheio de fauna e flora surreal, figurinos, cenário e explosão de cores e saturação que fortalecem a ambientação onírica, ao mesmo tempo eles não compensam uma narrativa repetitiva, com personagens sem muita carisma e um enredo previsível.
É claro que muito disso pode tentar ser justificado no argumento de que “o diretor propõe acabar com qualquer convenção de roteiro”, como eu mesmo disse nesse texto, mas se o resultado para uma tentativa de quebrar com as regras for uma história tediosa, que consegue explorar todos os seus temas na primeira hora e depois segue se arrastando desnecessariamente para mais uma hora, então talvez seja melhor se “manter ao roteiro”.
Não faltam temas fascinantes para explorar no mundo misterioso e erótico de Mandico, mas com tudo que o filme poderia ter dito, chega um ponto em que o enredo repetitivo afeta o ritmo e faz com que até o visual torne-se repetitivo, e assistimos a protagonista vagar em mais um deserto, floresta ou caverna, dizendo nada de novo. After Blue é original e se apresenta muito bem, sendo facilmente um dos destaques do ano, mas fica difícil não pensar em como ele teve mais sucesso na promessa do que na execução.
Desde que foi anunciado, Medida Provisória foi um dos filmes que mais aguardei o lançamento oficial, não só por ser uma obra nacional, mas por marcar a estreia de Lázaro Ramos, um ator que respeito e admiro, na direção de um longa de ficção. A obra é inspirada na peça Namíbia, Não!, de Aldri Anunciação, que Ramos chegou a dirigir, então podemos considerar que há uma forte conexão entre ele e o material original e sua premissa intrigante.
Em um futuro (próximo) não definido, o governo brasileiro emite uma medida provisória obrigando que todas as pessoas de “melanina acentuada” (denominação para os negros na realidade do filme) sejam enviados para a África como uma desculpa de “reparação história” para todo afro-descendente. Isso faz com que os cidadãos sejam mandados para fora do país à força, e com o caos tomando conta das ruas, o advogado Antônio Rodrigues (Alfred Enoch) fica desesperado para encontrar sua esposa, a doutora Capitu (Taís Araújo), que conseguiu se refugiar em um afro-bunker (aqui comparados aos quilombolas).
O maior destaque do filme são as atuações e personagens. O ator Alfred Enoch provavelmente é mais conhecido por seus papéis na franquia Harry Potter ou na série How to Get Away With Murder – e como aqui é um site de ficção científica, também vale lembrar que ele interpretou Raych Foss na primeira temporada de Fundação-, mas nem todos sabem que ele também tem nacionalidade brasileira e fala português muito bem. Nessa obras ele tem a atuação mais “formal” de todo o elenco, não só na fala mas na interpretação corporal, mas considerando como seu personagem precisa dessa personalidade mais reservada, Enoch funciona no papel.
Um aspecto curioso do elenco é que algumas atuações, como as interações entre Seu Jorge e Adriana Esteves, fazem com que o tom do filme oscile entre o drama político e uma sátira de teor cômico. Isso pode ser um obstáculo porque contribui para uma inconsistência rítmica que compromete até a atmosfera de tensão que o filme procura estabelecer em diversos momentos, mas acaba resultando em uma abordagem confusa. Contudo, mesmo servindo como um alívio cômico, a personagem de André (Seu Jorge) também carrega uma tragédia que combina bem com a proposta do filme. Nesse caso, até podemos relevar muitos desses momentos por conta das atuações, e eu ainda não mencionei Taís Araújo, que nem precisa de elogios por ser o tipo de profissional capaz de ser o destaque em qualquer cena, e aqui ela mostra mais uma vez um talento para personagens dramáticos com enorme presença.
Mas quando deixamos o elenco de lado, Medida Provisória revela uma estrutura que parece confusa com a própria premissa. A “distopia” sempre foi a abordagem narrativa preferida de quem tem a intenção de construir uma crítica social e política através da ficção, e essa obrachega em um ponto da história em que o mundo vê uma onda crescente de fascismo e neonazismo, sem contar que a pauta sobre racismo é sempre relevante, mas embora o filme tenha uma intenção nobre e genuína sobre o assunto, apresentando o enredo através de uma visão de resistência mais pacifista, ele também sofre com um debate que parece quase superficial considerando sua execução.
Através de um texto redundante e uma direção insegura de Lázaro Ramos, ficamos com um filme em que o apelo estético carrega pouco peso, com uma direção de arte formulaica e uma narrativa visual que funcionaria bem para uma minissérie, mas perde fácil o fôlego em um formato cinematográfico, onde ela tem uma cronometragem limitada. Fica difícil falar de todos os detalhes da montagem de uma forma que não entregue detalhes da trama, mas por vezes o filme tenta trazer uma crítica que, em papel funciona, mas quando traduzida para a linguagem cinematográfica, perde muito do impacto por conta da fotografia que já mencionei, que tem pouca interação entre seus símbolos e parece não ter uma unidade na identidade visual, isso sem contar uma sequência onde a montagem tenta construir um paralelo dramático em um clímax de tensão racial, mas gera um resultado quase contraditório à mensagem do filme.
Medida Provisória é repleto de boas intenções, mas sem a força necessária para sustentar um debate que vá além das salas de cinema, e assim ficamos com uma mensagem quase óbvia e um texto seguro demais, carregado de frases de efeito que com certeza são relevantes, mas sem a eficácia que imaginam.
Eu queria muito ter gostado mais da obra, sou muito fã do trabalho de Lázaro Ramos e apoio o sucesso do cinema nacional contra uma indústria quase completamente dominada pelo mercado norte-americano, mas não posso ser desonesto com minha opinião. Ainda assim, é essencial reforçar como nosso cinema precisa de apoio, então mesmo que eu não tenha gostado, dê uma chance para o filme, precisamos de mais Brasil nas salas de cinema.
Produções independentes de ficção científica sempre chamam a minha atenção pelo potencial do que pode ser feito com um orçamento reduzido, e na maioria das vezes são surpresas positivas, compensando efeitos visuais com um enredo e personagens bem construídos. É claro que existem casos onde, mesmo com pouco dinheiro, um filme consegue realizar efeitos visuais de qualidade, afinal o que importa não é só ter a ferramenta, mas saber usá-la (já falei de vários por aqui, como Riqueza Tóxica, A Vastidão da Noite ou I am Mother).
Distribuída pela Netflix, Capitã Nova (Captain Nova) é uma produção holandesa dirigida por Maurice Trouwborst, com uma premissa conhecida entre os fãs de ficção científica. Em um futuro devastado por desastres ambientais, a astronauta Nova (Anniek Pheifer) volta no tempo para alertar a humanidade sobre os eventos catastróficos, mas um efeito colateral da viagem faz com que a astronauta volte à ser uma pré-adolescente, o que faz com que ninguém leve a sério sua mensagem. Com a ajuda de Nas (Marouane Meftah), um garoto que a salva depois de um pouso forçado, Nova (agora interpretada por Kika van de Vijver) parte em sua missão.
Antes de tudo, o que é bom. Sempre aprecio o esforço da equipe responsável pelos equipamentos e efeitos práticos em produções independentes como essa. Aqui as armas “futuristas” plásticas podem entregar um pouco sua artificialidade por conta de uma iluminação ruim nas tomadas que se passam de dia (aí é mais culpa da direção de arte mesmo), mas há dois elementos que recebem mais atenção, a nave e o robô assistente de Nova. O robô, ADD (dublado por Sander Van de Pavert) serve como alívio cômico, e mesmo que não seja engraçado, foi um bom trabalho da equipe, incluindo circuitos para fazê-lo piscar e realizar pequenos movimentos, mesmo limitado a ficar nos ombros de Nova. Quanto à nave, excelente trabalho com a textura e a pintura, e acredito que a própria equipe ficou bastante orgulhosa com o resultado, considerando como adoram deixar a câmera nela, rendendo até uma sequência em que uma personagem encontra a nave e temos um ângulo completo dela.
Elogiar componentes aparentemente simples como uma nave e um robô podem parecer algo supérfluo para o público atual, acostumado com efeitos visuais mais avançados, mas devo dar crédito onde ele merece ser dado, e um filme de orçamento limitado como esse deve receber o elogio pelo bom trabalho de efeitos práticos. Contudo, assim como a obra recebe ser parabéns, tem seus pontos baixos, os maiores deles sendo o enredo e as atuações.
Capitã Nova tem uma promessa clara de crítica ambiental, mas é incapaz de cumpri-la por conta de um enredo remendado por conveniências e uma trama previsível, e muito disso se dá por conta das personagens e suas ações “questionáveis”. É quase cômico como personagens estão constantemente fazendo as piores decisões possíveis e sendo completamente incompetentes em suas ações. Isso parece exagero, mas é frustrante assistir duas crianças invadindo casas e até uma base militar sem qualquer obstáculo, nem uma câmera de segurança ou porta trancada, mas quando assistimos o núcleo dramático da detetive Clair (Hannah van Lunteren), ela está rodeada por homens armados, prontos para atirar em duas crianças que estão apenas com uma arma que paralisa os oponentes e um robô que não sabe fazer piadas.
Outro enorme incômodo são as personagens principais, sem qualquer desenvolvimento além de suas características básicas (Nova é a astronauta séria e Nas é o jovem rebelde o filme inteiro), tanto que até o antagonista principal, com apenas dez minutos de tela, tem um drama pessoal mais elaborado, envolvendo a relação com um pai abusivo. Sendo bem honesto, a personagem de Nas é a mais desnecessária do filme porque ele só segue Nova durante toda sua jornada, mas como ela já conhece a Terra e sabe com quem falar e onde ir, ele não serve sequer para introduzir algum elemento para ela ou o espectador, é apenas uma criança sem expressão. Tudo piora quando uma das revelações da trama envolve a relação de Nova com Nas, fazendo parecer que ele está no filme com um único propósito: servir de interesse amoroso para a versão adulta de Nova (o roteiro é previsível nesse nível).
Algumas pessoas podem dizer que não posso ser tão rígido com a atuação de uma criança, mas algumas das melhores atuações da história do cinema vieram de papéis infantis (Spielberg basicamente fez sua carreira em cima disso), e Marouane Meftah esbanja uma falta de carisma inacreditável, tentando manter a mesma cara séria por mais de uma hora de duração do longa. Kika van de Vijver também não se salva da crítica porque tenta emular a seriedade da versão adulta de Nova, mas sem qualquer emoção, parece um cosplay do Juiz Dredd, mas sem capacete, ou graça alguma. Tudo bem, brincadeiras à parte, as atuações não estão inspiradas, e isso afeta personagens que também não são bem escritos.
Capitã Nova é uma produção independente com orçamento o suficiente para efeitos práticos decentes e uma direção de arte competente (mais em tomadas noturnas, porque as de dia não são tão boas assim), mas parece não ter se importado com o que realmente faz obras do tipo se destacarem, trazendo personagens fracos e um roteiro preguiçoso.
Capitã Nova (Captain Nova, 2021 – Países Baixos)
Direção de Maurice Trouwborst
Roteiro de Lotte Tabbers e Maurice Trouwborst
Atuações de Kika van de Vijver, Marouane Meftah, Anniek Pheifer, Joep Vermolen, Steef Cuijpers, Sander Van de Pavert
Se fosse realizado por algum grande estúdio de Hollywood, talvez O Homem Ideal tivesse uma sensibilidade completamente diferente da que temos na adaptação de Maria Schrader, baseada no conto de Emma Braslavsky. Há uma mistura estranha de drama, ficção científica e comédia que funciona bem, muito disso por conta do excelente roteiro de Jan Schomburg e a própria Schrader, e as atuações de Maren Eggert e Dan Stevens. O espectador também pode encontrar similaridades na premissa com filmes como Ex Machina, de Alex Garland, ou o episódio Be Right Back, da segunda temporada de Black Mirror (quando ainda era criativa e a Netflix não forçava temporadas com mais episódios).
A proposta de O Homem Ideal é tão simples quanto a execução, e é por conta disso que o resultado soa tão genuíno. Alma (Maren Eggert), é uma arqueóloga que precisa de recursos para finalizar sua pesquisa, então aceita participar de um experimento no qual passa a conviver com o robô humanoide, Tom (Dan Stevens), programado com a principal função de fazer Alma feliz. Quase uma comédia romântica na superfície, o filme surpreende com a maneira que explora cada aspecto da vida de Alma, e os diversos debates levantados por conta da sua relação com Tom.
Felizmente, esse é um dos raros casos onde souberam aproveitar o talento de Dan Stevens, um ator que fez papéis memoráveis, como na série Legion, ou o filme O Hóspede, mas muitas vezes é escalado para personagens que ficariam ótimos se ele tivesse mais liberdade para explorá-los, e é aqui que Maria Schrader mostra sua força como diretora, construindo um enredo inteligente em volta de atuações mais complexas do que a premissa parece indicar.
Tom começa como um companheiro perfeito para Alma, citando poetas como Rilke, respondendo toda pergunta com um elogio e dançando rumba com a precisão que apenas uma máquina como ele poderia ter, embora o charme de Dan Stevens dê uma dimensão maior para a personagem. Isso faz com que cenas como a tentativa do robô em comprar um café seja uma das mais engraçadas do filme, mas também há momentos mais dramáticos, como quanto precisa lidar com o comportamento avesso de Alma, que não está confortável lidando com uma mudança tão drástica do seu cotidiano, bem mais agitado, de apartamento bagunçado e uma rotina de trabalho pouco saudável, sem contar que, por baixo de toda a frustração de Alma, há um trauma que o roteiro lida com bastante cuidado, e fortalece o drama de um jeito orgânico, sem atrapalhar o humor e o romance que foram estabelecidos anteriormente.
Como mencionei, no começo as interações entre Tom e Alma parece algo saído de uma comédia romântica previsível (algumas são ótimas, mas convenhamos que outras são muito fracas), e realmente não há muitas surpresas na forma como a trama se desenrola, mas cada novo diálogo e cena revela uma enorme evolução na dinâmica entre eles, e por conta da habilidade do robô em evoluir através de experiências frustradas, assim como uma inteligência artificial, o filme passa a apresentar debates mais existenciais, questionando as limitações fundamentais de Tom, as implicações morais e éticas de sua relação com Alma e a dificuldade cada vez maior de definir a humanidade.
O Homem Ideal escapa da possibilidade de sofrer por conta de sua mistura de ficção científica, romance e comédia, e encontra uma maneira de consolidar personagens, enredo e temas com sucesso. Um dos destaques do ano, e muito disso por conta do excelente trabalho de direção de Maria Schrader e sua sensibilidade para explorar tantos elementos de uma forma simples, mas emocionante.
Finalmente, DUNA está entre nós. A adaptação de Denis Villeneuve, do clássico livro de Frank Herbert, já liberou a sua primeira parte. O filme é um épico, mas será que foi tão perfeito quanto esperávamos?
Flash Gordon é um dos filmes mais conhecidos da ficção científica, principalmente por adaptar toda a aventura divertida e despretensiosa dos quadrinhos. Essa pode não ser a maior obra da história do cinema, mas o mais impressionante desse filme é a trilha sonora da banda Queen, um dos motivos para, até hoje, esse filme ser lembrado e adorado por tantos.
Nesse vídeo, vamos lembrar do filme de Flash Gordon, os bastidores do longa e da gravação do álbum da banda Queen, que criou uma das melhores trilhas sonora do cinema e da ficção científica.
É impressionante como o departamento de animações da Sony se renovou nos últimos anos, ou parece estar seguindo esse caminho. Depois do sucesso crítico de Homem-Aranha no Aranhaverso, que foi um filme INCRÍVEL, a próxima grande animação do estúdio é mais um projeto com a dupla Phil Lord e Christopher Miller.
Com uma mistura de comédia, road trip e ficção científica, “A Família Mitchell e a Revolta das Máquinas” nos apresenta Katie Mitchell, uma jovem apaixonada por cinema, que está prestes a partir para a faculdade, e está bastante animada porque não aguenta mais se desentender com seu pai, Rick. Depois de uma briga, ele tenta se redimir com uma viagem de carro em família, o que irrita Katie, já que vai perder sua primeira semana na faculdade, mas eles acabam indo mesmo assim.
Todos finalmente começam a se divertir na viagem planejada pelo pai, mas a jornada é interrompida quando os robôs inteligentes da gigante corporação Pal se rebelam contra a humanidade, que foi quase completamente capturada. Os únicos sobreviventes são os Mitchell, que acabam sendo a única chance de derrotar as máquinas.
Produção original do estúdio Paramount, A Guerra do Amanhã, dirigido por Chris McKay, reúne um elenco conhecido e grande orçamento em um blockbuster de ação e ficção científica. Mas por conta da pandemia de Covid-19, o longa foi vendido para o serviço de streaming Amazon Prime Video, por 200 milhões de dólares, onde conseguiu distribuição mundial.
Em A Guerra do Amanhã, o mundo inteiro é surpreendido com o surgimento de um portal que revela um grupo afirmando ter vindo do ano 2051, trazendo a mensagem de que trinta anos no futuro, a humanidade está perdendo a guerra contra uma espécie alienígena. Para virar o jogo, precisam recrutar soldados e civis do presente e transportá-los para o futuro, onde terão a chance de mudar a história. Isso faz com que o professor Dan Forester, interpretado por Chris Pratt, seja um dos escolhidos para a missão – e assim ele pode salvar o futuro para sua filha, enquanto tenta se reconciliar com dramas do passado.
Com uma premissa simples e um conceito promissor, tudo depende da execução. E ela não é das melhores.
O primeiro grande passo em falso são os diálogos expositivos, que entregam muita informação inicialmente aleatória, mas que claramente servem para resolver um conflito ou entregar alguma revelação no futuro da trama, como acontece com as conversas entre o protagonista e sua filha, ou uma sequência conveniente em que um aluno está ansioso demais para falar sobre um tópico pelo qual é apaixonado, e o espectador pode confirmar que isso fará parte do clímax do filme. Por conta de coisas como essa, o filme torna-se mais previsível do que o necessário.
O tom irregular também prejudica a experiência. Humor, drama e ação não casam bem aqui. Falta foco, e nada é aproveitado como deveria. A ação, isolada, é ótima, então talvez ela te segure, mas não espere muitas surpresas, vá pela diversão apenas, e o elenco carismático. O núcleo dramático fica reservado para a relação entre o protagonista e sua filha, tanto que o longa procura explorar uma dinâmica similar a de filmes como Interestelar, de Christopher Nolan, mas não tem sucesso em carregar o mesmo peso dramático, muito disso por conta do próprio Chris Pratt, um ator com timing cômico impecável, mas quando o filme exige uma atuação mais séria dele, não espere muita coisa.
Felizmente, e infelizmente, Berry Gilpin está no elenco fazendo a esposa do Pratt, e ela é uma ótima atriz, recebendo cada vez mais reconhecimento, mas aqui ela possui pouco tempo em tela e serve apenas como a típica esposa que apoia o protagonista e não possui mais características além disso. E outro estereótipo do gênero está na personagem de Yvonne Strahovski, que atua como uma mulher cientista sem tempo para vida pessoal e que tem toda a personalidade moldada na relação com o pai. Ah, e o J.K.Simmons está no elenco, mas só por alguns poucos minutos, e servindo apenas para tentar criar um apelo emocional na história do protagonista.
A direção é de Chris McKay, mais conhecido por animações, como Lego Batman, e a série Robot Chicken. Tendo isso em mente, faz sentido as cenas de ações serem o ponto alto da obra, com efeitos visuais competentes e um bom conceito para as criaturas alienígenas, que podem ser visualmente genéricas, mas tem uma funcionalidade interessante, com poderes e habilidades específicos, mesmo que passem a maior parte do tempo seguindo a cartilha de criatura monstruosa derrubando tudo e fazendo aquele mesmo som alienígena, que parece um estalar, encontrado em filmes como Sinais ou Um Lugar Silencioso.
Quanto ao roteiro de Zach Dean, não tem muito o que fazer. É previsível e repetitivo, sem contar que todo o sistema de viajar no tempo é muito mal aproveitado. Tiveram a chance de criar algo como Arrival e transformar essa premissa envolvendo um portal capaz de nos levar para o futuro em um enredo com teor sócio-político muito interessante, ou ao menos conceitos de paradoxo bem criativos, mas nada disso acontece. A Guerra do Amanhã é o tipo de filme que você provavelmente vai se divertir bastante assistindo, mas apenas se não colocar muita expectativa no enredo, que tenta criar drama em cima da ação, mas não dá atenção o suficiente para desenvolver as histórias dos personagens além de suas características básicas. Mesmo assim, ele tem ótimos visuais, criaturas bem desenhadas e um elenco carismático.
No dia 13 de abril foram anunciados os finalistas para uma das principais premiações de ficção científica e fantasia da indústria, o prêmio Hugo (ou Hugo Awards), que leva esse nome por conta de Hugo Gernsback, inventor e editor da revista Amazing Stories, a primeira com foco total em narrativas de ficção científica. Desde sua primeira edição, em 1953, temos uma seleção do que há de melhor no gênero, passando pela literatura, quadrinhos, filmes, séries, e pela primeira vez, jogos.
Os votos são feitos pelos membros da World Science Fiction Society (ou Worldcon) e os finalistas de 2021 foram anunciados pelos autores e pesquisadores Sheree Renée Thomas, Malka Older e Ulysses Campbell. Vamos aos indicados da 68ª edição dos Hugo Awards, com alguns comentários rápidos sobre o conteúdo que assisti, e onde você pode encontrá-los.
Melhor Romance
* Alguns dos livros já foram lançados ou possuem distribuição confirmada no Brasil, então esses foram deixados com a editora original e a editora nacional, em itálico.
Black Sun, Rebecca Roanhorse (Gallery / Saga Press)
The City We Became *, N.K. Jemisin (Orbit) – Editora SUMA
The Relentless Moon, Mary Robinette Kowal (Tor Books)
Comentários: Da lista de indicados, dois romances já possuem distribuição confirmada no Brasil. A primeira delas é The City We Became, de N.K. Jemisin, que tem sido premiada praticamente todos os anos por conta de sua série A Terra Partida, que foi lançada por aqui pela editora Morro Branco. Mas dessa vez, a autora será publicada pela editora Suma, que tem focado no mercado de ficção especulativa com mais atenção nos últimos anos.
Além de Jemisin, Susanna Clarke e seu Piranesi foram confirmados pela editora Morro Branco, que tem feito um ótimo trabalho de trazer autores novos e relevantes para o público. Os outros livros ainda não possuem distribuição confirmada, mas dá pra ver que duas séries continuam fazendo bastante sucesso com o público, como Network Effect, da aclamada série de livros Murderbot Diaries, e The Relentless Moon, da série Lady Astronaut. Ambos tem estado presente nos últimos anos das principais premiações do gênero, e me surpreende que ainda não foram confirmadas por alguma editora por aqui.
Melhor Novela
Come Tumbling Down, Seanan McGuire (Tor.com)
The Empress of Salt and Fortune, Nghi Vo (Tor.com)
Finna, Nino Cipri (Tor.com)
Ring Shout, P. Djèlí Clark (Tor.com)
Riot Baby, Tochi Onyebuchi (Tor.com)
Upright Women Wanted, Sarah Gailey (Tor.com)
Melhor Noveleta
Para as noveletas disponíveis gratuitamente, é só clicar nos links. Todas estão na língua original.
Comentários: Com exceção da polêmica Helicopter Story, originalmente intitulada “I Sexually Identity as an Attack Helicopter”, e The Pill, que está disponível apenas de forma paga na coletânea Big Girl, da autora Meg Elison, todas as outras noveletas estão disponíveis para o público.
Melhor Conto
Para os contos disponíveis gratuitamente, é só clicar nos links. Todos estão na língua original.
The Daevabad Trilogy, S.A. Chakraborty (Harper Voyager)
The Interdependency, John Scalzi (Tor Books)
The Lady Astronaut Universe, Mary Robinette Kowal (Tor Books/Audible/Magazine of Fantasy and Science Fiction)
The Murderbot Diaries, Martha Wells (Tor.com)
October Daye, Seanan McGuire (DAW)
The Poppy War, R.F. Kuang (Harper Voyager)
Comentários: Mais uma vez, temos as séries Lady Astronaut e Murderbot Diaries nas mais aclamadas do ano, mas também temos John Scalzi com seu The Interdependency. Ainda não tive acesso aos outros da lista, mas parecem bem interessantes.
Melhor Artigo / Ensaio
Para os artigos e ensaios disponíveis gratuitamente, é só clicar nos links. Todos estão na língua original.
Beowulf: A New Translation, de Maria Dahvana Headley (FSG)
CoNZealand Fringe, de Claire Rousseau, C, Cassie Hart, Adri Joy, Marguerite Kenner, Cheryl Morgan, Alasdair Stuart
FIYAHCON, L.D. Lewis–Director, Brent Lambert–Senior Programming Coordinator, Iori Kusano–FIYAHCON Fringe Co-Director, Vida Cruz–FIYAHCON Fringe Co-Director, and the Incredible FIYAHCON team
Comentários: Desta lista, dá pra ver que temos um livro sobre Octavia Butler, o que é sempre bom, e o reconhecimento de alguns eventos relevantes, além de uma tradução nova de Beowulf e um artigo sobre a polêmica envolvendo a George R.R.Martin apresentando a premiação em 2020, que contou com o escritor de Game of Thrones errando o nome de participantes e cometendo outras gafes. A maior surpresa aqui é o vídeo de Jenny Nicholson, uma criadora de conteúdo que adoro, mas fiquei impressionado em ver reconhecimento por sua análise da comunidade de fãs adultos da série animada My Little Pony. Sério, vale a pena assistir, é um ótimo vídeo.
Melhor Narrativa Gráfica (Quadrinho)
DIE, Volume 2: Split the Party, de Kieron Gillenn, Stephanie Hans e Clayton Cowles (Image Comics)
Ghost-Spider vol. 1: Dog Days Are Over, de Seanan McGuire, Takeshi Miyazawa e Rosie Kämpe (Marvel)
Invisible Kingdom, vol 2: Edge of Everything, de G. Willow Wilson e Christian Ward (Dark Horse Comics)
Monstress, vol. 5: Warchild, de Marjorie Liu e Sana Takeda (Image Comics)
Once & Future vol. 1: The King Is Undead, de Kieron Gillen, Dan Mora, Tamra Bonvillain e Ed Dukeshire (BOOM! Studios)
Parable of the Sower: A Graphic Novel Adaptation, de Octavia Butler (livro original), Damian Duffy e John Jennings (Harry N. Abrams)
Comentários: A prova de que eu estou completamente atrasado nas minhas leituras de quadrinhos é que, dessa lista, reconheci apenas três nomes, e só li um, o ótimo Monstress.
Melhor Dramatização, Longa (Melhor Filme)
Aves de Rapina / Birds of Prey (and the Fantabulous Emancipation of One Harley Quinn), de Cathy Yan (Warner Bros.)
Eurovision Song Contest: The Story of Fire Saga, de David Dobkin (European Broadcasting Union/Netflix)
A Velha Guarda / The Old Guard, de Gina Prince-Bythewood (Netflix / Skydance Media)
Palm Springs, de Max Barbakow (Limelight / Sun Entertainment Culture / The Lonely Island / Culmination Productions / Neon / Hulu / Amazon Prime)
Soul, de Pete Docter e Kemp Powers (Pixar Animation Studios/ Walt Disney Pictures)
Tenet, de Christopher Nolan (Warner Bros./Syncopy)
Comentários: Algumas ótimas escolhas, outras nem tanto. Por mais que o conceito seja interessante, Tenet foi Christopher Nolan demais pra mim, e não no bom sentido. Eurovision é divertido, mas assim como A Velha Guarda, poderiam ter dado espaço para filmes menores e melhores. Soul é ótimo, e Aves de Rapina foi um filme surpreendentemente equilibrado e bem dirigido em um DCEU cada vez mais confuso, mas de longe, a minha escolha de favorito para essa lista vai claramente para o divertido e criativo Palm Springs, que trouxe um enredo bem construído e um elenco ótimo, com Andy Samberg e Cristin Milioti, sem contar um hilário J.K Simmons.
Melhor Dramatização, Curta (Melhor Episódio de Série)
Doctor Who, “Fugitive of the Judoon”, escrito por Vinay Patel e Chris Chibnall, direção de Nida Manzoor (BBC) – GLOBOPLAY
The Expanse, “Gaugamela”, escrito por Dan Nowak, dirigido por Nick Gomez (Alcon Entertainment / Alcon Television Group / Amazon Studios / Hivemind / Just So) – AMAZON PRIME VIDEO
She-Ra and the Princesses of Power, “Heart” (parts 1 and 2), escrito por Josie Campbell e Noelle Stevenson, direção de Jen Bennett e Kiki Manrique (DreamWorks Animation Television / Netflix) – NETFLIX
The Mandalorian, “Chapter 13: The Jedi”, escrito e dirigido por Dave Filoni (Golem Creations / Lucasfilm / Disney+) – DISNEY+
The Mandalorian, “Chapter 16: The Rescue”, escrito por Jon Favreau, dirigido por Peyton Reed (Golem Creations / Lucasfilm / Disney+) – DISNEY+
The Good Place, “Whenever You’re Ready”, escrito e dirigido por Michael Schur (Fremulon / 3 Arts Entertainment / Universal Television, a division of Universal Studio Group) – NETFLIX
Comentários: Podemos ver que a premiação tem alguns favoritos. Não é a primeira vez que vemos essas séries por aqui, e com exceção de Doctor Who, porque estou bastante atrasado nas temporadas, assisti todos os indicados. A segunda temporada de Mandalorian foi muito divertida, assim como She-Ra e as Princesas do Poder, que teve um final maravilhoso. Por falar em final, terminei recentemente a série The Good Place, então está bem fresca na memória e posso dizer que aquele final foi bem emotivo, mas sem perder a graça. E para quem me conhece, sabe que vou soar como um disco arranhado, mas The Expanse é incrível, e Gaugumela foi uma aula de roteiro e direção, sem contar que foi, de longe, o episódio com as melhores atuações da série.
Se você quiser saber mais sobre as MELHORES SÉRIES de 2020, temos um vídeo no canal do Primeiro Contato com a retrospectiva das melhores e piores séries de ficção científica do último ano:
Melhor Jogo (Video-game)
Essa é uma nova categoria.
Animal Crossing: New Horizons (Publisher and Developer: Nintendo)
Blaseball(Publisher and Developer: The Game Band)
Final Fantasy VII Remake (Publisher Square Enix)
Hades(Publisher and Developer: Supergiant Games)
The Last of Us: Part II (Publisher: Sony Interactive Entertainment / Developer: Naughty Dog)
Spiritfarer(Publisher and Developer: Thunder Lotus)
Comentários: Eu admito que não sou muito fã dos jogos atuais, principalmente aqueles com grande detalhe gráfico. Sou do tipo “jogo de plataforma 2d direto ao ponto”, então alguns dessa lista não posso opinar, e outros eu nem conheço ou tenho dinheiro pra jogar (adeus, Animal Crossing, saudade do que nunca tive).
Prêmio John W. Campbell Award para Melhor Escritor Estreante
Lindsay Ellis (primeiro ano elegível)
Simon Jimenez (primeiro ano elegível)
Micaiah Johnson (primeiro ano elegível)
A.K. Larkwood (primeiro ano elegível)
Jenn Lyons (segundo ano elegível)
Emily Tesh (segundo ano elegível)
Lodestar Award para Melhor Livro YA (Young-Adult)
* Alguns dos livros já foram lançados ou possuem distribuição confirmada no Brasil, então esses foram deixados com a editora original e a editora nacional, em itálico.
Cemetery Boys, de Aiden Thomas (Swoon Reads) – Galera Records
A Deadly Education, de Naomi Novik (Del Rey)
Elatsoe, de Darcie Little Badger (Levine Querido)
Legendborn, de Tracy Deonn (Margaret K. McElderry/ Simon & Schuster Children’s Publishing) – Intrínseca
Raybearer, de Jordan Ifueko (Amulet / Hot Key)
A Wizard’s Guide to Defensive Baking, de T. Kingfisher (Argyll Productions)
Este foi mais um ano em que o Hugo Awards tem uma lista de indicados bastante diversa. É interessante ver a quantidade de mulheres nas principais categorias, o que mostra como a premiação segue um caminho mais aberto para representações e pontos de vista diferentes. Assim que os vencedores saírem, voltamos com a lista atualizada!