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A Guerra do Amanhã (The Tomorrow War, 2021) | Salvando o futuro com soldados do passado

Produção original do estúdio Paramount, A Guerra do Amanhã, dirigido por Chris McKay, reúne um elenco conhecido e grande orçamento em um blockbuster de ação e ficção científica. Mas por conta da pandemia de Covid-19, o longa foi vendido para o serviço de streaming Amazon Prime Video, por 200 milhões de dólares, onde conseguiu distribuição mundial.

Em A Guerra do Amanhã, o mundo inteiro é surpreendido com o surgimento de um portal que revela um grupo afirmando ter vindo do ano 2051, trazendo a mensagem de que trinta anos no futuro, a humanidade está perdendo a guerra contra uma espécie alienígena. Para virar o jogo, precisam recrutar soldados e civis do presente e transportá-los para o futuro, onde terão a chance de mudar a história. Isso faz com que o professor Dan Forester, interpretado por Chris Pratt, seja um dos escolhidos para a missão – e assim ele pode salvar o futuro para sua filha, enquanto tenta se reconciliar com dramas do passado.

Com uma premissa simples e um conceito promissor, tudo depende da execução. E ela não é das melhores.

O primeiro grande passo em falso são os diálogos expositivos, que entregam muita informação inicialmente aleatória, mas que claramente servem para resolver um conflito ou entregar alguma revelação no futuro da trama, como acontece com as conversas entre o protagonista e sua filha, ou uma sequência conveniente em que um aluno está ansioso demais para falar sobre um tópico pelo qual é apaixonado, e o espectador pode confirmar que isso fará parte do clímax do filme. Por conta de coisas como essa, o filme torna-se mais previsível do que o necessário.

O tom irregular também prejudica a experiência. Humor, drama e ação não casam bem aqui. Falta foco, e nada é aproveitado como deveria. A ação, isolada, é ótima, então talvez ela te segure, mas não espere muitas surpresas, vá pela diversão apenas, e o elenco carismático. O núcleo dramático fica reservado para a relação entre o protagonista e sua filha, tanto que o longa procura explorar uma dinâmica similar a de filmes como Interestelar, de Christopher Nolan, mas não tem sucesso em carregar o mesmo peso dramático, muito disso por conta do próprio Chris Pratt, um ator com timing cômico impecável, mas quando o filme exige uma atuação mais séria dele, não espere muita coisa.

Chris Pratt em A Guerra do Amanhã

Felizmente, e infelizmente, Berry Gilpin está no elenco fazendo a esposa do Pratt, e ela é uma ótima atriz, recebendo cada vez mais reconhecimento, mas aqui ela possui pouco tempo em tela e serve apenas como a típica esposa que apoia o protagonista e não possui mais características além disso. E outro estereótipo do gênero está na personagem de Yvonne Strahovski, que atua como uma mulher cientista sem tempo para vida pessoal e que tem toda a personalidade moldada na relação com o pai. Ah, e o J.K.Simmons está no elenco, mas só por alguns poucos minutos, e servindo apenas para tentar criar um apelo emocional na história do protagonista.

A direção é de Chris McKay, mais conhecido por animações, como Lego Batman, e a série Robot Chicken. Tendo isso em mente, faz sentido as cenas de ações serem o ponto alto da obra, com efeitos visuais competentes e um bom conceito para as criaturas alienígenas, que podem ser visualmente genéricas, mas tem uma funcionalidade interessante, com poderes e habilidades específicos, mesmo que passem a maior parte do tempo seguindo a cartilha de criatura monstruosa derrubando tudo e fazendo aquele mesmo som alienígena, que parece um estalar, encontrado em filmes como Sinais ou Um Lugar Silencioso

Quanto ao roteiro de Zach Dean, não tem muito o que fazer. É previsível e repetitivo, sem contar que todo o sistema de viajar no tempo é muito mal aproveitado. Tiveram a chance de criar algo como Arrival e transformar essa premissa envolvendo um portal capaz de nos levar para o futuro em um enredo com teor sócio-político muito interessante, ou ao menos conceitos de paradoxo bem criativos, mas nada disso acontece.
A Guerra do Amanhã é o tipo de filme que você provavelmente vai se divertir bastante assistindo, mas apenas se não colocar muita expectativa no enredo, que tenta criar drama em cima da ação, mas não dá atenção o suficiente para desenvolver as histórias dos personagens além de suas características básicas. Mesmo assim, ele tem ótimos visuais, criaturas bem desenhadas e um elenco carismático.

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Bliss: Em Busca da Felicidade (2021) | Quantas realidades somos capazes de suportar?

Mike Cahill é um daqueles diretores com poucos trabalhos no currículo, isso porque ele costuma ter uma visão bem definida do que pretende colocar em seus filmes, a maioria deles sendo narrativas com elementos de ficção científica, mas indo além disso, com uma atenção maior para o componente humano. Seu primeiro longa, A Outra Terra (Another Earth, 2011), uma produção independente com conceitos criativos envolvendo o surgimento de um novo planeta idêntico ao nosso, e um enredo com temas bem estabelecidos sobre redenção. Cahill continuou sua combinação de ficção científica carregada de drama e debates íntimos sobre a condição humana em O Universo no Olhar (I, Origin 2014), onde trouxe um elenco maior e uma proposta mais ambiciosa, sem contar que repetiu a sua parceria com a excelente Brit Marling, atriz que também ficou conhecida por seu trabalho escrevendo o roteiro da série The OA (cancelada cedo demais após apenas duas temporadas).

Então, para aumentar ainda mais a escala, o diretor trouxe Bliss: Em Busca da Felicidade (apenas Bliss no original), com um elenco principal de rostos conhecidos e uma narrativa sobre… bem, sobre tópicos familiares para os fãs de ficção científica, mas que podem ser considerados spoilers pesados. Então, para essa crítica, deixarei os spoilers separados em uma categoria própria, assim você pode ler antes e depois de assistir ao filme. Vamos ao que interessa:

Greg Wittle e seus pensamentos

Salma Hayek e Owen Wilson no filme Bliss Em Busca da Felicidade Disponivel na Amazon Prime Video

Preso em um trabalho monótono e sem saída, Greg Wittle (Owen Wilson) passa a maior parte de seu tempo desenhando e imaginando novos mundos onde pode descansar sua mente e não precisa lidar com seu recente divórcio ou a dificuldade para se conectar com os filhos. Mas depois de ser demitido, ou quase, Greg conhece Isabel Clemens (Salma Hayek), uma mulher misteriosa e convencida de que o mundo à sua volta não passa de uma simulação. Mesmo relutante, ele decide ouvir a mulher e ver até onde ela acredita em sua teoria, mas não demora para que Greg comece a perceber padrões e coincidências na conspiração que Isabel criou sobre sua realidade.

Antes mesmo de assistir ao filme, a primeira coisa que me pareceu estranha foi a decisão de ter Owen Wilson e Salma Hayek como os personagens principais. São dois atores competentes, cada um já teve sua parcela de ótimos filmes (Owen com Meia Noite em Paris e Salma com Frida) e alguns desastres (Owen em Gênios do Crime e Salma em Gente Grande), mas nunca os imaginei protagonizando um filme desses. E talvez eu nunca tenha pensado nisso por um motivo, porque a dupla não consegue oferecer tudo que seus personagens precisam em algumas partes.

Salma até consegue um bom trabalho alternando entre uma pessoa extravagante e intimidadora, indo para uma personagem mais contida; mas Wilson mantém seu tom ao longo do filme, e não é como se ele estivesse apenas mantendo a consistência de um personagem com ansiedade. Ele é constantemente bombardeado por novas revelações e, mesmo quando chega em um ponto de completa realização pessoal, nunca parece deixar isso claro. Mas há a chance de tudo isso estar ligado à temática da obra, o que eu não descarto, mas ainda assim não vejo como uma justificativa forte o suficiente.  

O que Cahill faz é entregar uma ambiguidade entre realidade e fantasia, revelando sequências absurdas, mas ao mesmo tempo contrabalanceando com pequenos momentos capazes de estabelecer de forma “objetiva” o que estamos vendo, e mesmo assim, não há certeza (talvez consistência seja uma palavra melhor) em qualquer uma das duas perspectivas. Em certo ponto, assistimos Greg se livrar de um grupo de criminosos de uma forma que literalmente desafia as leis da física, mas o próprio enredo do longa estabelece que isso pôde ser realizado por conta de um produto que, aparentemente, Isabel é uma das poucas pessoas capazes de conseguir. Ao mesmo tempo que o filme define uma regra para seus eventos mais absurdos, ele também apresenta uma terceira camada, quase como uma incerteza causada pela própria regra que estabeleceu. 

Esse é o tipo de abordagem que eu espero de um diretor como Shane Carruth (do independentíssimo Primer; e o menos independente, mas também menos conhecido Upstream Color), que também adora se aproveitar de narrativas especulativas ou fantasiosas para criar um drama maior através de metáforas e símbolos (falarei deles mais pra frente). Mas enquanto Carruth abraça completamente o abstrato, o que talvez fizesse mais sentido para a ambiguidade que Bliss tenta propor, Cahill chega a flertar com sequências oníricas e jogos de câmera que tentam representar a confusão dos personagens, mas a tentativa de conciliar o drama do protagonista com a dúvida causada pela trama deixa a verdadeira proposta do filme mais óbvia do que o necessário, e em certo ponto surge a sensação de estarmos assistindo um truque de mágica longo demais porque, em algum momento no meio do caminho, acabamos descobrindo como o truque é feito. 

Ao Regresso Infinito: Os Temas e as Referências de Bliss

(Spoilers, pule para a Conclusão se quiser evitá-los)

Salma Hayek e Owen Wilson em uma pista de patinacao no filme Bliss em busca da felicidade Disponivel na Amazon Prime Video

Por mais que na superfície a proposta caminhe em um território fantasioso, não demora para ficar claro que estamos lidando com um roteiro que utiliza a ficção científica de forma simbólica, um pano de fundo para debater tópicos mais delicados, nesse caso, o vício. Na primeira cena podemos ver Greg tomando pílulas controladas, e pelo que seu diálogo indica, elas acabaram. Além disso, o protagonista sofre ao tentar manter-se limpo das drogas, mas acaba tendo uma recaída ao encontrar Isabel, que o induz a tomar cristais capazes de fazê-lo “acordar da falsa realidade em que vive”.

Por mais que o filme aparente criar uma certa estabilidade na forma como suas sequências mais surreais são apresentadas, o diretor nunca nos deixa sozinhos tempo o suficiente com nossos pensamentos. A intenção é clara e tudo com o que ficamos é a incerteza sobre as regras daquele mundo e a percepção de realidade do protagonista, mas quando essa dúvida é rapidamente deixada de lado (logo na cena em que os dois são liberados da prisão, podemos ver a entrada para um centro de reabilitação), o filme continua com sua estrutura de procurar nos deixar (desnecessariamente) em uma área mais nebulosa, alternando entre a jornada de Greg e o desespero de sua filha em ajudá-lo.

Outro tema bastante explorado por Bliss é o argumento da regressão infinita, envolvendo uma batalha entre nosso conhecimento e crenças, e assim Greg está constantemente questionando sua realidade, mas ao mesmo tempo, tentando justificá-la. Em uma cena-chave temos uma personagem interpretada pelo divulgador científico Bill Nye, que menciona a expressão “Turtles all the way down”, que é basicamente uma das principais representações desse conceito, envolvendo uma tartaruga apoiada no casco de outra tartaruga, e depois outra, e por aí vai. Essa ideia do constante retorno, da tentativa de justificar algo com um argumento que apenas dificulta a compreensão do que foi estabelecido originalmente é uma que já foi interpretada em outras mídias, como em It: A Coisa, de Stephen King, ou os livros da série Discworld, de Terry Pratchett. 

E já que estou mencionando participações especiais (Bill Nye interpreta uma personagem, mas é basicamente ele), uma que me pegou de surpresa foi a do filósofo Slavoj Zizek, que aqui está em um de seus monólogos sobre ideologia social, mas como um holograma na “verdadeira realidade” apresentada por Isabel. Na cena, ele menciona como talvez o conceito de inferno não seja tão ruim quanto dizem, e continua com seus maneirismos, o que foi bem divertido de ver, sem contar que ele não poderia fazer uma ponta no filme sem mandar um de seus “And so on”.

Conclusão

O envolvimento de Cahill no projeto me deixou animado para o que esse filme pudesse ser, e o fato de ele estar por trás do roteiro fez com que tudo parecesse ainda mais seguro. Por mais que os temas sejam genuinamente interessantes, é a forma como o filme trabalha seus símbolos que realmente me fez considerar esse um de seus trabalhos mais fracos. Ainda há muito o que ser aproveitado aqui, como a trama principal da filha de Greg o procurando pela cidade, ou a perseguição nos minutos finais, mas a tentativa de transformar uma narrativa especulativa em uma metáfora para assuntos mais delicados não terminou bem, e ficamos com uma execução rasa e previsível para o que poderia ser um estudo de personagem bem mais envolvente. 

Não desistirei de Mike Cahill tão fácil, mas talvez seja hora dele lembrar porque seus filmes menores foram tão queridos, e não foi pelo elenco mais famoso ou um maior orçamento, mas pela forma inteligente com que conduzia seu enredo. 

“Bliss: Em Busca da Felicidade” está disponível na Amazon Prime Video

Trailer:

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VÍDEO: A Vastidão da Noite (The Vast of Night) | Um suspense simples, mas eficaz

Distribuído pelo serviço de streaming Amazon Prime Video, A Vastidão da Noite (The Vast of Night, 2019), explora uma noite na pequena cidade fictícia de Cayuga, onde um apresentador de rádio e uma operadora de telefone captam uma frequência misteriosa e decidem investigar, mas esse é só o primeiro dos absurdos que a noite separou para eles.

O filme já está disponível no Prime Video, mas infelizmente não tem recebido a atenção merecida, então decidi trazer uma rápida crítica para indicar essa obra independente e cheia de estreantes na equipe, mas muito bem executada.

Assista o vídeo:

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Contos do Loop (Tales From The Loop, 1ª Temporada) | A nostalgia no futuro

O trabalho do autor e ilustrador sueco Simon Stålenhag tem sido fascinante por conta de suas artes conceituais onde elementos futuristas são inseridos em suas fotografias, criando um cotidiano rodeado por máquinas e arquitetura que parecem ter saído de uma obra de ficção científica. Sua arte foi parar em alguns livros, como Things From The Flood e The Electric State; e também chegou aos videogames, onde contribuiu para o incrível visual do jogo No Man’s Sky. Mas a sua criação mais influente ainda é o seu primeiro livro de fotografias, Tales From The Loop, que rendeu um jogo de RPG e acabou de ser adaptado para uma série pelo serviço de streaming da Amazon, o Prime Video

Inspirado nos livros de Stålenhag, que participa da série como roteirista e produtor executivo, Tales From The Loop conta com dez episódios e adaptação de Nathaniel Halpern, um dos responsáveis pela psicodélica e absurda série Legion, do canal FX. E uma das primeiras decisões a chamar atenção na série é o seu formato, que parece seguir uma linha mais antológica, o que não deixa de ser verdade, mas é uma definição limitada.

Seguimos a rotina dos habitantes de uma pequena cidade aparentemente pacata, mas localizada acima de uma instalação de pesquisa, onde se encontra uma máquina chamada The Loop, capaz de desvendar e explorar diversos mistérios do universo. Isso acaba afetando os habitantes, que experienciam situações inusitadas envolvendo inconsistências temporais, forças que desafiam as leis da física e outras coisas que poderiam ter saído de alguma obra de ficção científica.

Contos do Loop

Para observar a maneira como cada um é afetado pela máquina, a série carrega uma estrutura narrativa em que cada episódio segue o ponto de vista de um personagem diferente, mas todos acabam ligados de alguma maneira, não só por conta da cidade. Por isso que, ainda que pareça ser estabelecida como uma antologia, a história de Tales From The Loop adota uma linha narrativa que se complementa e, mesmo com o envolvimento de anomalias temporais, possui uma ordem cronológica, então indico que seja assistida em ordem.

Na maior parte da série, a trama gira em torno de duas famílias lidando com traumas diferentes, que sem saber, acabam conectadas por conta da máquina. É o máximo que posso dizer sem entregar mais detalhes, e vale a pena entrar de cabeça na série sem conhecimento prévio de alguns elementos porque ela traz revelações significativas, que ao contrário de outras produções do gênero, servem para construir um arco dramático mais importante que a própria ficção científica da cidade.

Essa preocupação diz bastante sobre a proposta da série, que usa de componentes retro futuristas e referências dos anos 70 e 80, além de menções a obras da cidade natal de Stålenhag, como o filme Mônica e o Desejo, do diretor sueco Ingmar Bergman, ilustrado na entrada de um cinema. Mas essas referências servem apenas para reforçar a ambientação e a belíssima direção de arte, deixando o drama dos personagens e o elemento humano como o principal objeto de estudo da série.

Enquanto alguns preferem simplesmente comparar a produção com sucessos como Stranger Things ou Black Mirror, considero Tales From The Loop algo próprio, com uma estrutura e atmosfera única, não só mais uma história sobre pequenas cidades afetadas por uma força misteriosa, o que é uma premissa bastante comum e pode ser vista desde o clássico Twin Peaks até a animação Gravity Falls. O importante não é a premissa, mas o que você faz com ela. 

Os arcos dramáticos fazem com que a série tenha um ritmo mais lento, uma experiência introspectiva, com momentos de silêncio e um tom mais melancólico. Há episódios em que a trama principal não envolve diretamente as famílias, ainda assim contribui para a construção daquele mundo.

Contos do Loop

Cada episódio tem um ponto de vista completamente diferente do anterior, mas todos complementam a temporada introduzindo peças para um quebra-cabeça maior: em Loop seguimos uma garota tentando encontrar sua mãe, em Echo Sphere é apresentado um orbe influenciado pela passagem de tempo, e em Enemies descobrimos uma história de origem que não só nos informa sobre o presente como desenvolve um enredo sobre pessoas tentando corrigir o passado.

Episódios como Parallel e Stasis são os que mais se distanciam da trama principal, mas ainda assim tem seu próprio charme, principalmente Parallel, que começa como uma história sobre realidades paralelas e se transforma em um drama mais íntimo. Esses dois arriscam afetar a estrutura geral da temporada, mas não abandonam a proposta principal da série.

É notável como tantos nomes talentosos acabaram envolvidos nesse projeto, como a atriz Rebecca Hall e o veterano Jonathan Pryce, além de ter Jodie Foster na direção de um dos episódios. E Shane Carruth pode não ser um nome conhecido da maioria, mas foi uma boa surpresa ver que ele tem uma participação especial no elenco, mesmo que pequena. Para quem não sabe, Carruth dirigiu alguns filmes independentes de ficção científica, como o complexo Primer e o excelente Upstream Color.

Jodie Foster dirigindo o episódio "Home"
Jodie Foster dirigindo o episódio “Home”

Para terminar a menção de pessoas que admiro envolvidas nesse projeto, até mesmo o compositor Philip Glass faz parte do episódio inicial da temporada, mas a trilha sonora dos outros episódios é feita por Paul Leonard-Morgan, e ele não fica pra trás com um arranjo que atribui uma sensação quase nostálgica para a fotografia adaptada de Stålenhag. 

Tales From The Loop é uma série que segue os moldes de outros grandes sucessos, mas se destaca na execução, apresentando mundos e personagens diversos sem depender de suas referências, explorando o que há de mais complexo na ficção científica, o ser humano.